“Eu preciso falar inglês!”, concluí aos 22 anos (tarde diga-se de passagem).
Desde meus 10 anos de idade meu pai me ensinou que assistir filmes legendados me fariam aprender a ler rápido e de tabela eu aprenderia muitas noções do inglês. Já naquela época (idos de 1990) o inglês era a língua mundial. O motivo nós sabemos, os EUA como potência econômica.
Mas chegou uma hora que só os filmes e alguns cursos em escolas de inglês geral não foram o bastante e eu sabia que tinha de ir atrás de mais. Foi este um dos fatores que me fez escolher por um intercâmbio em um país de língua inglesa. E claro, a possibilidade de conhecer uma nova cultura e pessoas.
Tinha certeza que não queria a Europa e os EUA. As outras opções seriam África do Sul, Canadá, e Oceania. Parti para a pesquisa. Esta parte é muito legal pois indiretamente se aprende muito da cultura de cada país. Depois de 3 meses de muita internet, livros, algumas palestras e relatos de amigos e conhecidos, escolhi o Canadá, precisamente a cidade de Calgary no centro-oeste.
Chega o momento do segundo estágio em uma viagem para o exterior, o investimento. Procurar a companhia de viagens onde o custo-benefício falem mais alto e consumar o ato. Neste intervalo de 2 meses houve um fato que diretamente atingiu o setor econômico e todos os seguimentos possíveis ao redor do mundo, o 11/09. O dólar foi lá nas alturas, a passagem pelos EUA, obrigatória para se chegar ao Canadá, exigia o visto americano, as companhias aéreas das américas tiveram de se adaptar a exigências de segurança americanas e alguns itens eram proibidos de serem transportados, enfim, muitos detalhes tinham de ser observados mas na verdade o que me fez desistir foi o valor do investimento. Frustrado, me conformei com a desistência do meu destino e optei pela Oceania, Austrália.
Sydney, com maiores possibilidades de se trabalhar (Ah, eu não comentei sobre isso né? Na certa eu teria de trabalhar pois minhas economias acabariam dentro de 2 ou 3 meses), foi a minha escolha. Com o dólar australiano na faixa dos R$ 1,80, a viagem se tornava possível. E tem mais, nesta altura do campeonato eu perdi um casal de amigos, a Grace e o Marcelão que também queriam o Canadá e tive a adesão do André (que foi quem sugeriu o relato da viagem) e já tinha optado pela Austrália.
Foi o André também, que me apresentou (por indicação de sua prima) a S7 Viagens (www.s7viagens.com.br), agência pela qual nós dois fizemos nossa viagem e que nos deu o maior suporte tanto antes, quanto durante e depois da viagem. Sempre presentes e atenciosos.
Depois de tudo definido e acertado, chega o momento do terceiro estágio numa viagem para o exterior, o encaminhamento do visto. Cópias e mais cópias de documentos, comprovantes de renda, e alguns dias de espera, meu visto é negado por problemas financeiros! Meu chão desabou e eu já achava que esta história de viagem pro exterior não era pra mim. Já desempregado e sem muitas alternativas, não desisti e optei por um país onde eu pudesse trabalhar e que não precisasse de visto, a Nova Zelândia.
Sem muita pesquisa sobre o lugar e sua cultura, sem um amigo (pois o visto do André para a Austrália foi concedido) e sem muito dinheiro no bolso eu embarco em 20/09/2002 para Auckland.
A despedida foi emocionante e da mesma forma, surpreendente! Eu não esperava tanta gente no aeroporto e confesso que esta demonstração de carinho foi muito importante. Eu me senti querido e amado. E esta base deu muita certeza de que teria o apoio necessário nas horas difíceis lá fora! Nunca me esquecerei da emoção da minha família, principalmente mãe, pai e irmão. Dos adeuses calorosos e das palavras de incentivo. Sou grato a todos os meus amigos por aqueles momentos. Disso que a vida é feita...
Continua.
Até.
4 comentários:
Parabéns pelo blog, foi mt orgulhoso para mim saber que participei de parte dessa história, e que estou naquela foto... hehehe
Esta foi realmente uma experiência incrível. Foi legal dividir as angústias e expectativas contigo nesta empreitada.
Que história temos para contar! Aguardo a continuação, até agora tudo está como foi. Tu só não falou das tuas trapalhadas no aeroporto de buenos aires e no avião. Brincadeira!!heheh
O anonimo sou eu, André
Bom, mas e depois disso...
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